segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Subindo até Jerusalém...

Jesus na metade de Seu último meio ano na terra, andou do monte Hermom até o Gólgota; em Sua jornada, Ele disse aos discípulos ser-Lhe necessário subir para Jerusalém. Esse caminho que Ele fez para Jerusalém era praticamente o mesmo caminho que os filhos de Israel faziam, a fim de subir para as três festas anuais: a Páscoa, o Pentecoste e a Festa do Tabernáculo. Jerusalém refletia a Deus, por ser eleita como a cidade Santa e lá estar o Seu templo, representava o testemunho e a presença do próprio de Deus; o templo revelava a realidade interior e a cidade revelava a realidade exterior do testemunho de Deus. Biblicamente essa peregrinação é conhecida como sendo o “caminho de Sião”, e considerada espiritualmente como sendo o caminho que leva o homem à presença de Deus. A complexidade, as diversidades, e os perigos, enfrentados pelos israelitas na referida peregrinação a caminho de Jerusalém, não os demoviam do desejo de “colocar os pés dentro das portas de Jerusalém”; e quando realmente o faziam entoavam conjuntamente o Salmo 133:1: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”; dentre outros quatorze Salmos (cânticos usados para encorajamento mútuo na jornada à Jerusalém), conhecidos como “salmos dos degraus” ou “cântico de romagem”.
Os registros demonstram que os israelitas que moravam na Galiléia (norte de Israel), para atingirem Jerusalém necessitavam descer ao sul da fronteira para então cruzar para o lado leste do rio Jordão (essa rota era a mais curta, rápida e prática), entretanto esse trajeto implicaria passar pela cidade de Samaria. Considerando que, os israelitas naquela época mantinham um relacionamento conturbado com os samaritanos, eles se desviavam, cruzando para o lado leste do rio Jordão e, então, descia para o sul da fronteira localizada praticamente em Jericó; aqui vale enfatizar que enquanto Jerusalém era considerada a cidade mais alta geograficamente de Israel, Jericó confirmava-se como sendo a mais baixa (situada a 430 metros abaixo do nível do mar), não obstante serem cidades muito próximas.
Os israelitas caminhavam da região baixa para a mais elevada, em busca da presença de Deus. Tratava-se de um caminho ascendente!!! Mas a Bíblia nos fala que entre Jericó e Jerusalém, existia um vale, o Vale de Baca (Bakha’ no hebraico significa: choro, lágrimas); portanto, ir para Jerusalém a fim de buscar a Deus implicaria na paga de um preço altíssimo, pois o povo deveria descer ao lugar mais baixo, percorrer o vale de lágrimas, para então contemplar a Glória de Deus. O caminho percorrido pelos israelitas, não fora diferente do caminho do Messias Jesus Cristo (fisicamente e espiritualmente), e tão pouco destoa da realidade de nossos dias atuais. Tribulações, dificuldades, lutas e cansaço, foram às sensações vividas por eles há muitos anos atrás; todavia a vida humana também se dá em meio a muitos obstáculos e lutas. A Palavra de Deus, longe de minimizar esses fatos, nos mostra que em nossa trajetória, nem tudo serão planícies (Jericó), existirão vales (Vale de Baca); vales profundos, vales secos, vales áridos, vales ermos, vales desertos, vales de lágrimas; até atingirmos o ponto mais alto de nosso caminho: a presença de Deus (Jerusalém). De um modo particular, cada um de nós já descemos até Jericó, e já passamos, ou estamos passando, pelo vale de Baca. Para alguns, o vale da perda, o vale da traição, o vale da violência; para outros, o vale da tentação, da indiferença ou o vale da depressão; nos fazendo chorar e cansarmos no caminho, no existir.
Mas como atravessar o vale de Baca??? As Escrituras através do salmista do salmo 84 nos apresenta estratégias e mecanismos para que possamos atravessar o vale de Baca, e seguir em direção a Glória de Deus. Ele afirma que só vence o vale de lágrimas, quem já entra nele afirmando de onde vem a sua força, pois não há força humana que resista ao desprezo, à depressão, à tragédia; qualquer força humana é inferiorizada diante das adversidades que as atingem. É preciso que tenhamos Deus como fonte de nossa força (v.5); e reconheçamos que somente em Deus, podemos buscar forças para superar nossas maiores limitações, transformando-O assim em nosso Gerador-Mor, nossa Usina de vitalidade.
Já vimos quantas foram às dificuldades encontradas pelos israelitas e pelo próprio Jesus, para subirem à Jerusalém; entretanto Deus, através da história e de Sua Palavra, demonstra Seu desejo de que mudemos a geografia de nosso coração, revelandO-nos que somente é capaz de transformar o vale árido das lágrimas num manancial de bênção, aquele cuja geografia do coração já foi alterada (v.5b-6). Isto significa dizer, que somente ocorre mudanças geográficas do lado de fora da vida, aquele que já sofreu mudanças geográficas em seu coração, passando a ter um coração aplanado e sem tortuosidade. É a topografia do coração que determina a topografia
da vida, e quem traz dentro si essa geografia transformadora, é capaz de converter qualquer deserto em manancial de bênçãos.
Para os israelitas o vale de Baca fazia parte do caminho rumo a Jerusalém, mesmo trazendo tribulações, dificuldades e perigos, eles acreditavam que de fazer chegar até a presença de Deus – Jerusalém, recompensaria todos as dificuldades encontradas no caminho; eles não enxergavam o vale de lágrimas como um estancamento, um esgotamento, uma exaustão da graça de Deus. O salmo 84:11, diz: “...Senhor dá Graça...”, o que isso significa??? Graça já significa dar, “dar graça” então é graça dobrada. O vale de Baca, não estanca a Graça de Deus, pelo contrário o vale inflaciona a Graça, tornando-a do tamanho da nossa dor; ela ganha a anatomia do nosso sofrimento. De modo que quanto maior a dor, maior o derrame e o dispêndio da Graça de Deus em nossas vidas; quem tem maior percepção da grandeza da Graça de Deus na travessia das lágrimas, reconhece-O como um: Deus Amável (v.1), Desejável (v.2a), Promotor da Alegria (v.2b), Acolhedor (v.3) e Protetor (v.9).
Conscientes dessas verdades, poderemos descer até Jericó, atravessar o Vale de Baca (vale de lágrimas e dores), e finalmente subir até Jerusalém e encontrar a Grandiosa Presença de Deus, recordando-nos apenas das vicissitudes e lutas que puderam tornar o nosso vale de lágrimas, em um caminho de bênçã
o...
Dayene Roberta

3 comentários:

Anônimo disse...

É maravilhosa a forma como Deus nos usa como instrumentos da Sua grande obra! Que você possa cada dia mais ser esse canal de bênção tão poderoso que és.
Eu te abençoo, no Santo Nome de Jesus!
Beijos Edvaldo e Patrícia

Anderson de Oliveira Lima disse...

Parabéns Roberta pelo blog. Considero uma excelente iniciativa disponibilizar seus textos para nós, pois entre milhões de pessoas alguma precisa ouvir aquilo que você escreveu. E assim você vai saber a opinião de outras pessoas sobre seus textos.

Quanto a mim, já disse que seus textos são ótimos, mas não disse que você é uma pessoa especial e que a admiro.

Obrigado por indicar o meu blog também.

Deus te atençoe.

Um abraço.

Anderson.

Anônimo disse...

DAYENE
QUERO AGRADECER A DEUS PELA SUA VIDA.
RECEBÍ UM CONVITE PARA PREGAR EM MINHA IGREJA NO PROXIMO DOMINGO DIA 14/12 E O TEMA É SALMO 84.
ESTAVA AFLITA PEDINDO A DEUS ESCLARECIMENTO SOBRE O VALE DE BACA.
LENDO O SALMO VÁRIAS VEZES TINHA QUASE CERTEZA QUE O SALMISTA ESTAVA RELEMBRANDO COMO ERA A PEREGRINAÇÃO PARA SE CHEGAR AO TEMPLO PARA ADORAR.
AO LER SEU TEXTO, SENTÍ O SENHOR ME DIZENDO: TAÍ, A RESPOSTA PRA TUA PERGUNTA!!!
GLÓRIA A DEUS!!!
QUE SALMO MARAVILHOSO É ESSE!!!
QUANTA ANSIEDADE PARA CHEGAR A HORA DE ESTAR NA PRESENÇA DE DEUS!!!
QUANTA SAUDADE DE DEUS!!!
ERA UMA VEZ SO POR ANO QUE ELE TINHA OPORTUNIDADE DE ENTRAR NO TEMPLO.
QUANTA PAIXÃO!!!
HOJE, TEMOS PELA MORTE DE JESUS A LIBERDADE DE ENTRAR NA PRESENÇA DO NOSSO DEUS A HORA QUE QUISERMOS.
SERÁ QUE ESTAMOS TÃO ANSIOSOS PARA CHEGAR O MOMENTO DE ESTAR NO TEMPLO? OU A NOSSA ANSIEDADE TEM SIDO FOCADA NAQUILO QUE COMEREMOS OU O QUE BEBEREMOS?
QUE POSSAMOS NOS APAIXONAR CADA DIA MAIS PELA PRESENÇA DO NOSSO DEUS DENTRO DE NÓS QUE SOMOS SEU TEMPLO!!! DEUS TE ABENÇÕE! MÁRCIA