segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Saindo do Esconderijo...

“Certa noite, um pai perguntou ao filho deficiente:
- Daniel, quando percebe que Jesus está olhando para você, o que vê em seus olhos?
Depois de uma pausa, o garoto respondeu:
- Os olhos dele estão cheios de lágrimas, pai.
- Por que, Daniel? Houve uma pausa ainda mais longa.
- Porque Ele está triste.
- E por que Ele está triste? – perguntou o pai.
Daniel ficou olhando para o chão. Quando, finalmente, levantou a cabeça, seus olhos cheios de lágrimas brilhavam. Então respondeu: - Por que estou com medo!”

Não conseguimos aceitar o amor de outro ser humano quando não nos amamos, e menos ainda aceitar que Deus possa nos amar. A tristeza de Deus reside no medo que temos d’Ele, da vida, e de nós mesmos. O coração de Deus é uma ferida aberta de amor. Ele sofre muito por causa do nosso distanciamento e de nossa preocupação. Lamenta o fato de não nos aproximarmos dele. Ele se ressente de O termos esquecido. Chora por causa de nossa obsessão por grandeza e abundância. Ele anseia por nossa presença. Nosso Maravilhoso Deus não quer que seus servos se desesperem pelo fato de caírem de maneira tão freqüente e deplorável, pois nossa queda não O impede de nos amar.
Desde o princípio Deus tem nos orientado que devemos parar de nos esconder e, abertamente, nos aproximar d’Ele. Esse Deus, é o pai que correu na direção do filho pródigo quando ele voltou para casa, Ele chora por nós quando a vergonha e a falta de amor-próprio nos imobilizam. Quando ficamos apavorados por algum motivo, a primeira coisa que fazemos é nos cobrir. Adão e Eva se esconderam, e todos nós, de um jeito ou de outro, seguimos o mesmo exemplo. Por quê??? Porque não gostamos do que vemos, é desconfortável confrontar nosso “eu” verdadeiro.
Assim, tal como escravos fujões, escapamos de nossa realidade e produzimos um falso “eu” que seja admirado pela maioria, relativamente atraente e feliz apenas na superfície. Escondemos aquilo que sabemos ou sentimos ser (que pressupomos ser inaceitável ou indigno de amor) atrás de algum tipo de aparência que, esperamos, seja mais agradável. Escondemo-nos atrás de semblantes bonitos só para agradar os outros. Com o tempo, podemos até nos esquecer o que estamos escondendo e passar a acreditar que temos, de fato, a mesma aparência das máscaras que usamos. Entretanto, Deus ama quem de fato somos – quer gostemos disso ou não. Ele nos chama, como chamou Adão, para que saiamos do esconderijo; por maior que seja a quantidade de maquiagem espiritual que usemos, ela não pode nos tornar mais apresentáveis a Deus.
Muitos cristãos encontram-se derrotados pela mais psicológica das armas que Satanás usa contra nós; essa arma tem a eficácia de um míssil mortal. Seu nome??? Baixa auto-estima!!! Essa arma de Satanás provoca um sentimento visceral de inferioridade, inadequação e insignificância. Tal sentimento escraviza muitos cristãos, a despeito das maravilhosas experiências espirituais e do conhecimento da Palavra de Deus; embora compreendamos nossa condição de filhos e filhas de Deus, acabamos por permanecermos amarrados, presos a um terrível sentimento de inferioridade e acorrentados a uma profunda sensação de inutilidade. Todavia, Seu amor, que nos chamou à existência, nos motiva a deixar de nos detestar, e tomar parte de Sua verdade.
Odiar a si mesmo é o mal-estar dominante que enfraquece e sufoca nosso crescimento como cristãos no Espírito Santo de Deus. Vozes negativas da família de origem – “Você nunca vai ser nada na vida mesmo” -, o moralismo da igreja e a pressão para alcançar o sucesso transformam peregrinos cheios de expectativas a caminho da Nova Jerusalém, numa trupe desanimada, deprimida e amedrontada. Alcoolismo, compulsão pelo trabalho, comportamentos viciosos e aumento da taxa de suicídios refletem a magnitude do problema.
A maior armadilha da vida então, não é o sucesso, a popularidade ou o poder; mas a auto-rejeição. Sucesso, popularidade e poder podem representar grandes tentações, mas a capacidade de sedução que possuem tem origem no fato de comporem uma tentação mais ampla: a auto-rejeição. Quando chegamos a acreditar nas vozes que nos chamam de inúteis e indignos de amor, então o sucesso, a popularidade e o poder são facilmente percebidos como soluções atraentes. A auto-rejeição é o maior inimigo da vida espiritual, por que contradiz a voz sagrada que nos chama de “amados”.
Logo depois que alguém me acusa ou me critica, assim que sou rejeitada, deixada só, abandonada, me pego pensando: “Bem, isso mais uma vez prova que não sou ninguém”. Meu lado negativo diz: “Não tenho nada de bom, mereço ser deixada de lado, esquecida, rejeitada e abandonada”; todavia, logo em seguida Jesus diz a mim e a você, através de seus atos e feitos:
“Reconheça e aceite quem Eu quero ser para você:
um Salvador de compaixão sem limites, paciência infinita,
perdão impensável e amor que ignora os erros.
Deixe de projetar em Mim a imagem que você faz de si.
Nesse momento, sua vida é um caniço rachado, e Eu não o esmagarei;
um pavio fumegante, e Eu não o apagarei.
Você está num lugar seguro”.

Essa é a voz que eu quero ouvir!!!
E você???
Dayene Roberta

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