quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Sabedoria da Ternura

" Se conhecêssemos o Novo Testamento de cor,
se ouvíssemos seus trovões soando em nossos ouvidos,
distinguindo-se dos sons tolos e das sirenes persuasivas do mundo,
se soubéssemos de cor ao menos uma sílaba de uma palavra
dentro de uma sentença do Sermão do Monte,
se déssemos ouvidos à voz da Águia de Patmos,
se crêssemos que nos deixarmos ser amados por Deus é mais importante que amar a Deus,
nunca mais toleraríamos as maquinações de religiosos
manipuladores que distorcem a face de Deus.
Nunca mais os que caíram seriam humilhados
publicamente diante da congregação.
Nunca mais pregadores destemperados teriam autorização
para aterrorizar pessoas nos bancos das igrejas.
Nunca mais nos colocaríamos ao lado de celebridades clericais
e nos curvaríamos aos ricos e poderosos.
Nunca mais a primazia de amar estaria subordinada a uma suposta ortodoxia".

Brenna Manning

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Princípio do AMOR

"Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para te condenar?
Nem Eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais".
João 8:11

Com estas palavras Jesus despediu uma mulher trazida até a Sua presença por fariseus e mestres de lei no pátio do Templo. Este encontro, registrado no capítulo oito de João, é fonte de muitas lições sobre uma espiritualidade fundamentada no Princípio do Amor, manifesto através de atos de compreensão e misericórdia.

Quando a mulher chegou até a presença de Jesus, já estava sentenciada e praticamente executada. Os homens que a levaram àquela situação queriam apenas usá-la para incriminar Jesus por Suas próprias palavras. E como Ele age?

Primeiro, ignora a chegada dos religiosos, geralmente tão prestigiados pela população em geral. É necessário muita insistência para que Jesus lhes dirija a palavra, transparecendo com esta atitude, que cargos e títulos, não lhe atraíam, pelo contrário dirigia mais atenção ao desenho que fazia na areia do que aos religiosos daquela época. Aqui me utilizo de algo que um grande amigo me disse, a soma de um profundo conhecimento sem a unção de Deus, resulta em religiosidade, e nos tempos de hoje esses religiosos correspondem aos representantes eclesiásticos que são mais temidos e venerados, aqueles que acreditam ter o poder de arrastar e julgar os pecadores em praça pública.

Finalmente quando decide quebrar o silêncio, Jesus dirige-se aos religiosos dizendo: "Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher..."; e volta a escrever no chão. Com estas palavras invertem-se as posições, de algozes, os religiosos passam a réus de suas próprias consciências, e começando pelos mais velhos até os mais novos, todos, emudecidos, deixam o local.

E aqui nos deparamos com a espiritualidade do Amor, aquela que nos faz soltar as pedras, que nos faz voltar para dentro de nós mesmos tomados pela consciência de que também precisamos de perdão e restauração.

Num segundo momento lindíssimo desse texto, Jesus pergunta à mulher onde estavam os seus acusadores, e se alguém a havia condenado... Vemos nestas duas perguntas um ato profundo de cura emocional, Jesus se dirige a uma mulher que sabia pecadora e pergunta-lhe onde estavam os puros que a condenavam e a julgavam; onde estavam os perfeitos que, diferentemente dela, não cometiam pecados? A mulher responde que eles haviam-se ido embora sem condená-la. A resposta da pecadora era necessário para o processo de cura. Era necessário que ela dissesse com os próprios lábios: "Não, ninguém me condenou", para ouvir, em seguida, de Jesus: "Nem eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais".

É isso que o amor faz: dá novas oportunidades, estende a mão para curar a alma, a ferida, revela a semelhança de todos os homens em sua miserabilidade e carência da bendita e surpreendente misericórdia do Pai... O resto é conversa...

Fiquemos com esta palavra.

Dayene Roberta Alves